domingo, 24 de dezembro de 2017

Por uma Vida com mais Garças


   Quando eu era criança eu e meus pais costumávamos ir ao Parque Celso Daniel e/ou no Parque Regional da Criança, eu vivi alguns dos melhores dias da minha infância nesses lugares, e todos esses dias tinham uma grande coincidência em comum, em cada um deles eu vi uma garça. 
 ‎Sim, uma Garça, essa linda e nobre ave branca. E eu não sei porque, mas desde então eu comecei a relacionar garças com dias excelentes, as via como um sinal de boa sorte.
 ‎Quer um exemplo: recentemente em meu caminho de ônibus até a faculdade, o ônibus parou em uma curva ao lado do Rio Tamanduateí e em meio a diversos devaneios eu me peguei olhando para o Rio, mais precisamente para sua margem, e o que tinha lá: exatamente, uma Garça. 
 Essa imagem me despertou dois sentimentos: primeiro me veio toda aquela nostalgia dos meus dias de infância, e depois fiquei um pouco de triste pela garça porque ela provavelmente deveria estar em busca de comida e ele definitivamente não encontraria nada "saudável" para comer naquele lugar, mas junto desses sentimentos me veio uma sensação, a sensação de que aquele seria um dia incrível, e realmente foi. 
 ‎Eu não lembro exatamente o que aconteceu nesse dia, pra ser mais precisa não me lembro de nada incomum ter acontecido, mas tenho certeza de que foi um bom dia. E desde então eu voltei a relacionar dias incríveis com garças, confesso que já faz um bom tempo que eu não vejo uma, mas nem por isso eu deixei de ter dias incríveis. 
 ‎Cheguei a conclusão que eu não preciso de garça para ter dias maravilhosos, eu só preciso da sensação que elas me faziam sentir, aquela sensação de que nada vai estragar meu dia, que não importa o que aconteça o dia vai ser espetacular. Eu escolhi viver "uma vida com mais garças". 
 ‎Porque mesmo que eu não as veja, eu sei que elas ainda estão por aí, só esperando para tornar meu dia magnífico só pela suas meras lembranças.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Crítica: Star Wars - Os Últimos Jedi



   Se o trabalho de O Despertar da Força era apresentar uma nova história misturando novos e velhos personagens de modo inovador, a de Os Últimos Jedi era não ser um "peso morto" como a maioria dos segundos filmes de saga e mostrar o caminho escolhido pelo seus personagens.
  ‎O filme difere seu antecessor em diversos sentidos, e sua cena inicial já é a prova disso, logo de cara já temos Poe Dameron em ação com seu quinjet tentando acabar com o Destroyer da Primeira Ordem, eis que surge em tela para fazer os olhos dos espectadores se encherem de lágrimas a General Leia Organa que o ordena desistir do plano e recuar, claro que Dameron sendo o Herói que achamos que é vai contra as ordens da General, e obtém êxito em sua batalha, mas não sem antes ver diversas naves rebeldes sendo destruídas. É com esse feito de Poe que percebemos qual será a premissa do filme: as falhas e suas consequências.
  ‎Ele possuiu diverso diálogos e monólogos dizendo como as falhas são importantes para nos tornar melhores, que cada uma delas serve para nos dar a oportunidade de crescer e fazer as coisas diferentes.
  ‎O roteiro do filme resgata aquela coisa que a antiga trilogia tem, aquela sensação de que mesmo no fundo do poço a existe uma saída, que mesmo que derrota pareça certa, é preciso ter esperança. Rian Johnson ‎surpreende frequentemente, em diversos momentos ele coloca os personagens no limite nos fazendo achar que os mocinhos realmente não teria salvação, porém ainda assim nos dá aquela faísca de esperança que as coisas darão certo no final.
  Se no primeiro filme tivemos uma participação mínima do elenco original, nesse temos um perfeito equilíbrio entre velho e novo. Mark Hamill nos dá um Luke jamais visto antes: amargurado e desesperançoso, é como se a pressão de ser o grande Jedi Luke Skywalker, já cansasse seus ombros, o interessante é ver o amadurecimento do Jedi, que apesar de não ser o mesmo ingênuo que vimos uma vez, ainda assim consegue parecer um jovem aprendiz quando o vemos em cena com um velho conhecido. A ingenuidade da vez veio por parte de Rey, que apesar de lidar melhor com seu poder e conseguir ver a escuridão sem se sentir tentada por ela, ainda insiste na ideia de que ainda existe luz em seu adversário Kylo Ren. Já Carrie Fisher volta com sua melhor versão de sua personagem desde Uma Nova Esperança, sem nunca deixar de lado sua teimosia Carrie nos mostra a mulher poderosa e admirável que Leia se tornou, fazendo jus a uma frase dita a muito tempo por seu irmão "A força é poderosa na minha família."
  ‎Daisy Ridley nos dá uma atuação que dessa vez talvez tenha exigido um pouco mais dela, ela parece tão em sintonia com o papel que talvez por isso seja quase difícil diferenciá-la de Rey, do outro lado da balança temos Adam Driver que apesar de ter conseguido mostrar sua força, e que é páreo para sua adversária, continua parecendo uma criança birrenta e com isso permanece sendo um péssimo vilão.
O maior, e talvez único, ponto fraco do filme seja a pressa que ele pareceu ter para se livrar de alguns personagens apresentados no primeiro (como Maz Kanata e o Supremos Líder Snoke) é como se todas as novidades desse filme (como novas criaturas, personagens e cenários) tivessem como missão cubrir o lugar de alguns personagens. Fora isso o filme possui uma fotografia espetacular, uma trilha sonora que capta perfeitamente o enigma do filme e um roteiro repleto de pontos de viradas que realmente chocam.
‎Se esse filme foi como um último presente de Carrie Fisher para os fãs que ela amava tão carinhosamente, então afirmo com toda certeza que seu legado e o de sua eterna Princesa jamais serão esquecidos.

Carrie Forever ❤️

sábado, 2 de dezembro de 2017

Aqui jaz Felicidade


  O que é felicidade pra você?
 O conceito de felicidade é tão infinitamente ambíguo que o significado para mim pode não ser o mesmo para você.
O dicionário diz que felicidade é "É um sentimento humano de alegria, bem estar e de paz."
 Mas pense um pouco, de uma boa olhada ao seu redor. O que você vê? Quer que eu te diga? Você vê felicidade, em suas mais diversas formas.
 Felicidade é dar um passeio na paulista em pleno domingo ensolarado, é parar pra ouvir músicos de rua que estão lá só por tocar, é passar um domingo almoçando em família depois de uma semana inteira longe deles, é ir passear com seu cachorro (não porque é sua obrigação) mas só pra ver aquele rabo abanando de alegria, é marcar de encontrar seu amor pra ir no cinema ver um filme qualquer ou pra simplesmente ficarem em casa juntos vendo qualquer coisa da Netflix, é tomar sorvete num dia de calor infernal só por estar com vontade, é fazer pipoca e brigadeiro e maratonar sua série favorita que você não vê a um tempão, é fazer um gesto bobo na frente de alguém que você ama só pra tirar um sorriso dela.
 Você já deve ter visto artistas de rua certo? Claro que sim, eles estão em todos os lugares. Pense na última vez que você viu um. Pode ser um músico tocando MPB, um mágico fazendo ilusionismo, um grupo de idosos tocando bossa nova, uma banda de rock tocando algo bem Indie ou até mesmo um deficiente físico cantando Elton John. Pensar em alguma dessas cenas te traz algumas lembranças e possivelmente alguns sentimentos também certo?
 Só pense em porque eles fazem isso. Por que eles são "artistas de rua"? Sendo que alguns são tão talentosos que poderiam estar enlouquecendo multidões em diversos palcos por aí. A resposta é simples, é como eu ouvi de um mágico uma vez é pra trazer alegria para o público, ele sabe que ele não vai ficar rico (e que na verdade ele vai ganhar pouquíssimo dinheiro com isso) mas ele não se importa, ele faz isso pelo prazer de poder fazer, porque isso vai colocar um sorriso no rosto das pessoas e consequentemente no dele também, gentileza atraí gentileza.
  É‎ maravilhoso ver que com tantas atrocidades que acontecem no mundo ainda existem pessoas como esse mágico que estão dispostos a dedicar um pouco do tempo de suas vidas para trazer alegria pro mundo.
 ‎É assim que se muda o mundo, com um ato de generosidade que atraí outro, como um efeito dominó.