quarta-feira, 15 de novembro de 2017

The Handmaid's Tale - A Melhor Série de 2017

                      

  Sim, você leu o certo, e não, não foi ousadia minha afirmar isso. Inclusive como faltam praticamente dois meses pro ano acabar, acho que eu oficialmente já posso falar isso: The Handmaid's Tale é sim a série do ano, e seus prêmios no Emmy, e prováveis indicações ao Golden Globes 2018 provam isso.
 Baseada no livro de Margareth Atwood, O Conto da Aia, a série nos mostra um futuro onde os Estados Unidos se torna um único estado chamado República de Gilead, uma teocrasia totatitaria cristã, onde a humanidade sofre com problemas de infertilidade, o que faz com que homens poderosos chamados de comandantes, tomam o poder, e juntamente com suas esposas submissas
acabam recorrendo a aias, mulheres normais e férteis que tem todas suas posses e direitos retirados para que elas possam servir a essas famílias, sendo usadas como "barrigas de aluguel".
Assim elas passam por um treinamento que inclui uma lavagem cerebral radical e os mais pesados castigos corporais (como mutilação de membros e eletrochoques) cada ato de desobediência é punido severamente. As mulheres realmente são ensinadas a odiar umas as outras, porque obviamente sua união pode gerar um grande estrago.

 O mundo da série nos é apresentado pelos olhos de Offred (Elizabeth Moss), cujo nome verdadeiro é June (quando uma mulher se torna aia ela perde o nome de Batismo e passa a se chamar Off + o nome do comandante. Por exemplo: Offred = Off + Fred, porque ela se torna propriedade dele). Conforme vamos conhecendo June, percebemos que ela é uma mulher como todas outras que estamos acostumados a ver, mãe de família que trabalha em uma editora e leva uma vida tranquila, até que é separada de sua família e forçada a realizar um trabalho que seria seu "propósito de nascença".
 As aias respondem as ordens da senhora da casa e só tem contato com os maridos uma vez por mês em uma noite chamada de "cerimônia" (As aias tem que deitar a cabeça no meio das pernas das esposas dos comandantes, que ficam sentadas próximas da cabeceira da cama segurando as aias pelos punhos, enquanto seus maridos estão na outra extremidade da cama estuprando as aias, que devem permanecer imóveis, sem demonstrar tipo algum de sensação.)
 Elas apenas estão esperando serem engravidadas e depois dispensadas da casa em que estão, isso é claro, após elas pararem de amamentar as crianças, cuja elas não terão direito algum sob, após cumprirem seu papel em uma casa elas a deixam e partem para outra assumindo um novo nome para repetir o mesmo ato para outra família.

 Pelo visual série ela pode facilmente ser confundida com uma série de época, mas é exatamente o oposto, ela é futurista.
Enquanto a maioria das séries que abordam o futuro falam mostram um futuro melhor e mais avançado, a série surpreende por fazer justamente o contrário.
Quando você pensa que já viu de tudo no mundo das séries surge The Handmaid's Tale e te surpreende com tamanhas cenas absurdas, cenas que com a loucura do mundo atual são bem capazes de acontecer (infelizmente a frase "isso é tão Black Mirror está sendo substituída pela "Isso é tão The Handmaid's Tale").
A série nos alerta para coisas que podem acontecer caso continuemos regredindo e repetindo os mesmos erros do passado.
Trata-se de uma história que foi lançada em 1985, mas que aborda temas atuais como direitos das mulheres, o movimento LGBT e os malefícios do fanatismo religioso.

 É uma série 100% completa. Ela possui um roteiro muito bem elaborado, a direção de arte encantadora, a trilha sonora se encaixa perfeitamente com a trama, a fotografia é espetacular, e assim como muitas séries atuais (como por exemplo: Game of Thrones, Sense8 e Outlander) ela tem uma vibe cinematográfica. Ela é filmada em plano fechado, focando completamente na atriz e em suas expressões faciais, o que faz com que o espectador se coloque no lugar das personagens (é como se você fosse um stalker da personagem)
A atuação de Elizabeth Moss é tão impecável, que lhe rendeu o Emmy de Melhor Atriz em Série Dramática. Ela consegue te passar o que a personagem esta sentindo com apenas suas expressões e o olhar, em diversas cenas ela te deixa agoniada e mexe com seu psicológico
A propósito, não basta o elenco dela ser praticamente todo feminino, por trás das câmeras as mulheres também brilham não só na produção, mas também no roteiro e na direção  (dos 10 episódios, 4 são dirigidos por mulheres). É uma série que é feminista sem levantar bandeiras, ela apenas é feminista por mostrar mulheres se libertando do patriarcado e se empoderando.
Trata-se de uma série sobre esperança, resistência, sobre a importância do empoderamento feminino.

No Emmy desse ano a série recebeu 13 indicações e venceu 6 categorias (incluindo Melhor Série, Melhor Atriz para Elizabeth Moss e Melhor Direção em Série Dramática para Reed Moreno.)
The Handmaid's Tale foi renovada para sua segunda temporada pelo serviço streming Hulu, a nova temporada já está sendo filmada e tem previsão para estrear em Abril de 2018.
“Don't let the bastards grind you down.”  

sábado, 11 de novembro de 2017

10 meses de sobriedade


  É fim de março, o que significa logo completarei 10 meses sóbria. É incrível como o tempo passa rápido, parece que foi ontem que experimentei pela primeira vez, definitivamente posso dizer que viciei de primeira; depois da segunda dose ficar sem já me dava abstinência.
  Não tive nenhuma recaída por não ter chances para isso, uma noite substitui a droga pela bebida e entrei em coma alcoólico. Eu tive minha ajuda, minhas amigas foram minha base nessa história, não sei o que faria sem elas; com elas aprendi a mudar meu foco, eu precisava me concentrar em outras coisas, precisava de um novo vício pra substituir um antigo; então, fiz o que eu faço de melhor, me joguei na minha paixão: a escrita.
  Escrever tudo o que eu sentia me ajudou bastante, foi a melhor terapia que eu já tive.
Não acredito que finalmente me livrei dessa droga, acho que hoje posso finalmente dizer que você foi meu maior e mais perigoso vício, eu era completamente dependente de você; seu beijo me deixava alta e seu sorriso me hipnotizava, mas hoje estou livre de você.
  Embora eu precise admitir, só porque eu estou limpa não significa que eu não sinta falta sua falta, porque acredite eu sinto, e muita, mas eu prefiro me viciar em outra coisa; prefiro meu vício em café, em chocolate ou em séries. Não tenho dúvidas que tudo isso me fará melhor do que você e sua ausência de reciprocidade.