domingo, 24 de dezembro de 2017

Por uma Vida com mais Garças


   Quando eu era criança eu e meus pais costumávamos ir ao Parque Celso Daniel e/ou no Parque Regional da Criança, eu vivi alguns dos melhores dias da minha infância nesses lugares, e todos esses dias tinham uma grande coincidência em comum, em cada um deles eu vi uma garça. 
 ‎Sim, uma Garça, essa linda e nobre ave branca. E eu não sei porque, mas desde então eu comecei a relacionar garças com dias excelentes, as via como um sinal de boa sorte.
 ‎Quer um exemplo: recentemente em meu caminho de ônibus até a faculdade, o ônibus parou em uma curva ao lado do Rio Tamanduateí e em meio a diversos devaneios eu me peguei olhando para o Rio, mais precisamente para sua margem, e o que tinha lá: exatamente, uma Garça. 
 Essa imagem me despertou dois sentimentos: primeiro me veio toda aquela nostalgia dos meus dias de infância, e depois fiquei um pouco de triste pela garça porque ela provavelmente deveria estar em busca de comida e ele definitivamente não encontraria nada "saudável" para comer naquele lugar, mas junto desses sentimentos me veio uma sensação, a sensação de que aquele seria um dia incrível, e realmente foi. 
 ‎Eu não lembro exatamente o que aconteceu nesse dia, pra ser mais precisa não me lembro de nada incomum ter acontecido, mas tenho certeza de que foi um bom dia. E desde então eu voltei a relacionar dias incríveis com garças, confesso que já faz um bom tempo que eu não vejo uma, mas nem por isso eu deixei de ter dias incríveis. 
 ‎Cheguei a conclusão que eu não preciso de garça para ter dias maravilhosos, eu só preciso da sensação que elas me faziam sentir, aquela sensação de que nada vai estragar meu dia, que não importa o que aconteça o dia vai ser espetacular. Eu escolhi viver "uma vida com mais garças". 
 ‎Porque mesmo que eu não as veja, eu sei que elas ainda estão por aí, só esperando para tornar meu dia magnífico só pela suas meras lembranças.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Crítica: Star Wars - Os Últimos Jedi



   Se o trabalho de O Despertar da Força era apresentar uma nova história misturando novos e velhos personagens de modo inovador, a de Os Últimos Jedi era não ser um "peso morto" como a maioria dos segundos filmes de saga e mostrar o caminho escolhido pelo seus personagens.
  ‎O filme difere seu antecessor em diversos sentidos, e sua cena inicial já é a prova disso, logo de cara já temos Poe Dameron em ação com seu quinjet tentando acabar com o Destroyer da Primeira Ordem, eis que surge em tela para fazer os olhos dos espectadores se encherem de lágrimas a General Leia Organa que o ordena desistir do plano e recuar, claro que Dameron sendo o Herói que achamos que é vai contra as ordens da General, e obtém êxito em sua batalha, mas não sem antes ver diversas naves rebeldes sendo destruídas. É com esse feito de Poe que percebemos qual será a premissa do filme: as falhas e suas consequências.
  ‎Ele possuiu diverso diálogos e monólogos dizendo como as falhas são importantes para nos tornar melhores, que cada uma delas serve para nos dar a oportunidade de crescer e fazer as coisas diferentes.
  ‎O roteiro do filme resgata aquela coisa que a antiga trilogia tem, aquela sensação de que mesmo no fundo do poço a existe uma saída, que mesmo que derrota pareça certa, é preciso ter esperança. Rian Johnson ‎surpreende frequentemente, em diversos momentos ele coloca os personagens no limite nos fazendo achar que os mocinhos realmente não teria salvação, porém ainda assim nos dá aquela faísca de esperança que as coisas darão certo no final.
  Se no primeiro filme tivemos uma participação mínima do elenco original, nesse temos um perfeito equilíbrio entre velho e novo. Mark Hamill nos dá um Luke jamais visto antes: amargurado e desesperançoso, é como se a pressão de ser o grande Jedi Luke Skywalker, já cansasse seus ombros, o interessante é ver o amadurecimento do Jedi, que apesar de não ser o mesmo ingênuo que vimos uma vez, ainda assim consegue parecer um jovem aprendiz quando o vemos em cena com um velho conhecido. A ingenuidade da vez veio por parte de Rey, que apesar de lidar melhor com seu poder e conseguir ver a escuridão sem se sentir tentada por ela, ainda insiste na ideia de que ainda existe luz em seu adversário Kylo Ren. Já Carrie Fisher volta com sua melhor versão de sua personagem desde Uma Nova Esperança, sem nunca deixar de lado sua teimosia Carrie nos mostra a mulher poderosa e admirável que Leia se tornou, fazendo jus a uma frase dita a muito tempo por seu irmão "A força é poderosa na minha família."
  ‎Daisy Ridley nos dá uma atuação que dessa vez talvez tenha exigido um pouco mais dela, ela parece tão em sintonia com o papel que talvez por isso seja quase difícil diferenciá-la de Rey, do outro lado da balança temos Adam Driver que apesar de ter conseguido mostrar sua força, e que é páreo para sua adversária, continua parecendo uma criança birrenta e com isso permanece sendo um péssimo vilão.
O maior, e talvez único, ponto fraco do filme seja a pressa que ele pareceu ter para se livrar de alguns personagens apresentados no primeiro (como Maz Kanata e o Supremos Líder Snoke) é como se todas as novidades desse filme (como novas criaturas, personagens e cenários) tivessem como missão cubrir o lugar de alguns personagens. Fora isso o filme possui uma fotografia espetacular, uma trilha sonora que capta perfeitamente o enigma do filme e um roteiro repleto de pontos de viradas que realmente chocam.
‎Se esse filme foi como um último presente de Carrie Fisher para os fãs que ela amava tão carinhosamente, então afirmo com toda certeza que seu legado e o de sua eterna Princesa jamais serão esquecidos.

Carrie Forever ❤️

sábado, 2 de dezembro de 2017

Aqui jaz Felicidade


  O que é felicidade pra você?
 O conceito de felicidade é tão infinitamente ambíguo que o significado para mim pode não ser o mesmo para você.
O dicionário diz que felicidade é "É um sentimento humano de alegria, bem estar e de paz."
 Mas pense um pouco, de uma boa olhada ao seu redor. O que você vê? Quer que eu te diga? Você vê felicidade, em suas mais diversas formas.
 Felicidade é dar um passeio na paulista em pleno domingo ensolarado, é parar pra ouvir músicos de rua que estão lá só por tocar, é passar um domingo almoçando em família depois de uma semana inteira longe deles, é ir passear com seu cachorro (não porque é sua obrigação) mas só pra ver aquele rabo abanando de alegria, é marcar de encontrar seu amor pra ir no cinema ver um filme qualquer ou pra simplesmente ficarem em casa juntos vendo qualquer coisa da Netflix, é tomar sorvete num dia de calor infernal só por estar com vontade, é fazer pipoca e brigadeiro e maratonar sua série favorita que você não vê a um tempão, é fazer um gesto bobo na frente de alguém que você ama só pra tirar um sorriso dela.
 Você já deve ter visto artistas de rua certo? Claro que sim, eles estão em todos os lugares. Pense na última vez que você viu um. Pode ser um músico tocando MPB, um mágico fazendo ilusionismo, um grupo de idosos tocando bossa nova, uma banda de rock tocando algo bem Indie ou até mesmo um deficiente físico cantando Elton John. Pensar em alguma dessas cenas te traz algumas lembranças e possivelmente alguns sentimentos também certo?
 Só pense em porque eles fazem isso. Por que eles são "artistas de rua"? Sendo que alguns são tão talentosos que poderiam estar enlouquecendo multidões em diversos palcos por aí. A resposta é simples, é como eu ouvi de um mágico uma vez é pra trazer alegria para o público, ele sabe que ele não vai ficar rico (e que na verdade ele vai ganhar pouquíssimo dinheiro com isso) mas ele não se importa, ele faz isso pelo prazer de poder fazer, porque isso vai colocar um sorriso no rosto das pessoas e consequentemente no dele também, gentileza atraí gentileza.
  É‎ maravilhoso ver que com tantas atrocidades que acontecem no mundo ainda existem pessoas como esse mágico que estão dispostos a dedicar um pouco do tempo de suas vidas para trazer alegria pro mundo.
 ‎É assim que se muda o mundo, com um ato de generosidade que atraí outro, como um efeito dominó.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

The Handmaid's Tale - A Melhor Série de 2017

                      

  Sim, você leu o certo, e não, não foi ousadia minha afirmar isso. Inclusive como faltam praticamente dois meses pro ano acabar, acho que eu oficialmente já posso falar isso: The Handmaid's Tale é sim a série do ano, e seus prêmios no Emmy, e prováveis indicações ao Golden Globes 2018 provam isso.
 Baseada no livro de Margareth Atwood, O Conto da Aia, a série nos mostra um futuro onde os Estados Unidos se torna um único estado chamado República de Gilead, uma teocrasia totatitaria cristã, onde a humanidade sofre com problemas de infertilidade, o que faz com que homens poderosos chamados de comandantes, tomam o poder, e juntamente com suas esposas submissas
acabam recorrendo a aias, mulheres normais e férteis que tem todas suas posses e direitos retirados para que elas possam servir a essas famílias, sendo usadas como "barrigas de aluguel".
Assim elas passam por um treinamento que inclui uma lavagem cerebral radical e os mais pesados castigos corporais (como mutilação de membros e eletrochoques) cada ato de desobediência é punido severamente. As mulheres realmente são ensinadas a odiar umas as outras, porque obviamente sua união pode gerar um grande estrago.

 O mundo da série nos é apresentado pelos olhos de Offred (Elizabeth Moss), cujo nome verdadeiro é June (quando uma mulher se torna aia ela perde o nome de Batismo e passa a se chamar Off + o nome do comandante. Por exemplo: Offred = Off + Fred, porque ela se torna propriedade dele). Conforme vamos conhecendo June, percebemos que ela é uma mulher como todas outras que estamos acostumados a ver, mãe de família que trabalha em uma editora e leva uma vida tranquila, até que é separada de sua família e forçada a realizar um trabalho que seria seu "propósito de nascença".
 As aias respondem as ordens da senhora da casa e só tem contato com os maridos uma vez por mês em uma noite chamada de "cerimônia" (As aias tem que deitar a cabeça no meio das pernas das esposas dos comandantes, que ficam sentadas próximas da cabeceira da cama segurando as aias pelos punhos, enquanto seus maridos estão na outra extremidade da cama estuprando as aias, que devem permanecer imóveis, sem demonstrar tipo algum de sensação.)
 Elas apenas estão esperando serem engravidadas e depois dispensadas da casa em que estão, isso é claro, após elas pararem de amamentar as crianças, cuja elas não terão direito algum sob, após cumprirem seu papel em uma casa elas a deixam e partem para outra assumindo um novo nome para repetir o mesmo ato para outra família.

 Pelo visual série ela pode facilmente ser confundida com uma série de época, mas é exatamente o oposto, ela é futurista.
Enquanto a maioria das séries que abordam o futuro falam mostram um futuro melhor e mais avançado, a série surpreende por fazer justamente o contrário.
Quando você pensa que já viu de tudo no mundo das séries surge The Handmaid's Tale e te surpreende com tamanhas cenas absurdas, cenas que com a loucura do mundo atual são bem capazes de acontecer (infelizmente a frase "isso é tão Black Mirror está sendo substituída pela "Isso é tão The Handmaid's Tale").
A série nos alerta para coisas que podem acontecer caso continuemos regredindo e repetindo os mesmos erros do passado.
Trata-se de uma história que foi lançada em 1985, mas que aborda temas atuais como direitos das mulheres, o movimento LGBT e os malefícios do fanatismo religioso.

 É uma série 100% completa. Ela possui um roteiro muito bem elaborado, a direção de arte encantadora, a trilha sonora se encaixa perfeitamente com a trama, a fotografia é espetacular, e assim como muitas séries atuais (como por exemplo: Game of Thrones, Sense8 e Outlander) ela tem uma vibe cinematográfica. Ela é filmada em plano fechado, focando completamente na atriz e em suas expressões faciais, o que faz com que o espectador se coloque no lugar das personagens (é como se você fosse um stalker da personagem)
A atuação de Elizabeth Moss é tão impecável, que lhe rendeu o Emmy de Melhor Atriz em Série Dramática. Ela consegue te passar o que a personagem esta sentindo com apenas suas expressões e o olhar, em diversas cenas ela te deixa agoniada e mexe com seu psicológico
A propósito, não basta o elenco dela ser praticamente todo feminino, por trás das câmeras as mulheres também brilham não só na produção, mas também no roteiro e na direção  (dos 10 episódios, 4 são dirigidos por mulheres). É uma série que é feminista sem levantar bandeiras, ela apenas é feminista por mostrar mulheres se libertando do patriarcado e se empoderando.
Trata-se de uma série sobre esperança, resistência, sobre a importância do empoderamento feminino.

No Emmy desse ano a série recebeu 13 indicações e venceu 6 categorias (incluindo Melhor Série, Melhor Atriz para Elizabeth Moss e Melhor Direção em Série Dramática para Reed Moreno.)
The Handmaid's Tale foi renovada para sua segunda temporada pelo serviço streming Hulu, a nova temporada já está sendo filmada e tem previsão para estrear em Abril de 2018.
“Don't let the bastards grind you down.”  

sábado, 11 de novembro de 2017

10 meses de sobriedade


  É fim de março, o que significa logo completarei 10 meses sóbria. É incrível como o tempo passa rápido, parece que foi ontem que experimentei pela primeira vez, definitivamente posso dizer que viciei de primeira; depois da segunda dose ficar sem já me dava abstinência.
  Não tive nenhuma recaída por não ter chances para isso, uma noite substitui a droga pela bebida e entrei em coma alcoólico. Eu tive minha ajuda, minhas amigas foram minha base nessa história, não sei o que faria sem elas; com elas aprendi a mudar meu foco, eu precisava me concentrar em outras coisas, precisava de um novo vício pra substituir um antigo; então, fiz o que eu faço de melhor, me joguei na minha paixão: a escrita.
  Escrever tudo o que eu sentia me ajudou bastante, foi a melhor terapia que eu já tive.
Não acredito que finalmente me livrei dessa droga, acho que hoje posso finalmente dizer que você foi meu maior e mais perigoso vício, eu era completamente dependente de você; seu beijo me deixava alta e seu sorriso me hipnotizava, mas hoje estou livre de você.
  Embora eu precise admitir, só porque eu estou limpa não significa que eu não sinta falta sua falta, porque acredite eu sinto, e muita, mas eu prefiro me viciar em outra coisa; prefiro meu vício em café, em chocolate ou em séries. Não tenho dúvidas que tudo isso me fará melhor do que você e sua ausência de reciprocidade.


domingo, 29 de outubro de 2017

Crítica: Thor Ragnarok



  A História do Deus do Trovão no mundo cinematográfico é teve altos e baixos. Seu primeiro longa solo foi bom, apresentou a história do personagem de maneira eficiente, já o o segundo errou feio em apresentar um vilão fraco que não causou tanto impacto. Então quando o terceiro longa do herói foi confirmado veio aquela dúvida: será ele tão bom quanto o primeiro ou ele repetirá o erro do segundo?
 Thor Ragnarok é dirigido por Taika Waititi (O que fazemos nas sombras) e narra a história do filho de Odin tentando impedir que a profecia do Ragnarok aconteça com seu reino (O Ragnarok é mais ou menos o equivalente ao apocalipse para os nórdicos),
 Nas primeiras cenas do filme vemos Thor enfrentando Surtur e descobrindo a verdade sobre quem realmente está no trono de Asgard, ninguém mais ninguém menos que seu irmão Loki, conforme o mostrado no final de The Dark World. Após derrotar Surtur e desmascarar Loki, Thor e seu irmão partem em busca de Odin, o que gera o encontro com o Mago Supremo, Stephen Strange, em uma já apresentada nas cenas pós créditos de Doutor Estranho mas mais prolongada.
 Quando finalmente encontra seu pai, ele lhe conta a verdade sobre o Ragnarok e a história de Hela, a Deusa da morte. Pouco tempo depois do reencontro Odin dá seus últimos suspiros, depois da morte de Odin Hela surge, destrói o Mjonir, o poderoso martelo de Thor, toma posse de Asgard e manda Thor e Loki para longe.
 Enquanto tenta voltar para casa para impedir a destruição de seu lar ele é capturado por Valkiria (Tessa Thompson) e levado para Salkar onde é obrigado a se tornar um  gladiador pelo Grão Mestre (Jeff Goldblum).
 Na primeira grande luta de Thor já temos um embate que é puro fanservice, ele deve enfrentar Hulk, seu companheiro de equipe. A rivalidade que começou em Vingadores (e que gerou um pequeno, porém inesquecível, embate entre os dois) se torna mais decisiva nesse filme, já que Banner se encontra no "modo verde" por 2 anos desde o último embate dos vingadores contra Ultron.
 O terceiro filme do Deus do Trovão conta com uma trilha sonora com uma vibe bem futurista que lembra Tron e Blade Runner 2049, uma direção de arte e fotografia de tirar o fôlego e um roteiro que agrada.
 O filme tem a dose certa de humor e ação, ele equilibra bem os dois tons.
Chris Hemsworth provou mais uma vez que seu maior talento vive na comédia, Tom Hiddleston continuou a mostrar o grande dilema que é Loki Laufeyson, mas entre as atuações do filme a que encantam mesmo são as dos novatos. Tessa Thompson conquista com sua heroína despedaça e afrontosa, que foi reduzida a "caçadora de recompensa"; Jeff Goldblum proporciona grandes gargalhadas com seu Grão Mestre que é uma mistura de poder e estupidez, porém é Cate Blanchett que rouba a cena com sua antagonista Deusa da Morte, quando Hela aparece em cena ela a domina por completo com sua presença aterrorizante e poderosa, percebesse claramente o quanto Blanchett se entregou e se divertiu ao debochar o filho de Odin.
 Sendo a primeira vilã em um filme do universo Marvel, Cate Blanchett acabou roubando para si o título de melhor vilã do mundo cinematográfico da Marvel (tiítulo que pode ser roubado pelo Thanos de Josh Brolin nos próximos filmes dos Vingadores).
 Se foi a última vez que vemos o Thor de Chris Hemsworth em um filme solo do Herdeiro de Asgard então, verdade seja dita: o Deus do Trovão definitivamente jamais será esquecido.


domingo, 8 de outubro de 2017

Crítica: Blade Runner 2049


  Quando o assunto é fazer um reboot, um remake ou uma continuação de um filme antigo a preocupação se torna frequente. Ou porque o filme não é tão bom quanto o original ou a primeira parte ou porque eles mudam a história e acabam a destruindo.
‎ Então, quando a continuação do clássico Blade Runner de 1982 foi anunciada a preocupação se tornou um peso nos ombros de muitos fã e cinéfilos, talvez em parte porque para a maioria Ridley Scott teria perdido o jeito de fazer filmes de ficção científica, mas eis que surge Denis Villeneuve (que foi indicado ao Oscar por sua direção em A Chegada) e tira o peso da preocupação das nossas costas.
 ‎Blade Runner 2049 se passa 30 anos após o primeiro filme e conta a história do Caçador de Replicantes K (Ryan Gosling) que começa uma investigação que pode mudar completamente a forma como os humanos lidam com replicantes. No início do filme não fica muito claro qual é o papel de Gosling no filme, além de tomar o lugar do personagem de Harrison Ford, porém conforme a trama se desenvolve a importância do papel de Gosling fica clara.
‎ Diferente de Scott que não conseguiu fazer com que a sua versão do primeiro filme fosse para os cinemas, Villeneuve fez o filme que quis, sem estragar tudo que Scott fez, e definitivamente deixou sua marca.
 ‎ O roteiro do filme é bem escritos e possui dois plota que surpreendem o público.
 A trama do filme não tem mudanças de ritmo, como IT por exemplo que se reveza entre o terror e a comédia, muito pelo contrario o ritmo sereno segue sendo o mesmo até que seu grande plot acontece.
‎O que mais impressiona além da trama inovadora, que não aperta muito aquela mesma tecla Homem X Máquina, é a semelhança com o filme de 1982; o visual do novo filme é todo parecido com o antigo (mantendo o tom sombrio com pouca iluminação na maioria das cenas), a trilha sonora continua sendo tão futurista e marcante quanto a antiga, a fotografia do filme é bem parecida com a do antigo e ele também é repleto de referências do primeiro filme.
‎Blade Runner 2049 é a prova que dá sim pra mexer com um clássico sem tirar sua essência, tudo que é preciso é encontrar o diretor certo como Villeneuve.


sábado, 30 de setembro de 2017

Tudo aquilo que eu queria te dizer


   Eu queria te dizer que você é tudo aquilo que eu sempre quis pra minha vida;
 Queria te dizer que ter te conhecido foi a melhor coisa que me aconteceu, que eu que nunca fui de acreditar em destino passei a acreditar no dia em que te vi pela primeira vez;
 Queria te dizer que eu simplesmente amo o modo como você sempre enxergar o lado bom das coisas, mesmo quando a vida te dá uma rasteira você continua sorrindo;
 Queria te dizer que eu te esperei por um longo, longo tempo e que agora não posso mais te deixar ir, que te agradeço por todas as vezes que você levantou o meu astral e me fez sorrir, menso quando eu estava sem motivos para isso;
 Queria te dizer que eu vou sempre cuidar de você e que vou passar o resto dos meus dias te fazendo tão feliz quanto você me faz;
 Queria te dizer que você ainda vai ser inspiração de muitos textos que eu ainda vou escrever;
 Queria te dizer que você bagunçou minha vida, meu mundo feito furacão e deixou sua marca para sempre;
 Queria te dizer que te amo, queria, mas infelizmente eu fui muito covarde para te dizer tudo isso e acabei te perdendo por medo, medo de amar, de ser feliz. Agora você está com outra, espero que ela te faça tão feliz quanto você me fez, que ela te faça sorrir porque sinceramente não existe nada mais lindo que teu sorriso. 
 E acima de tudo espero que você não tenha medo de dizer o que sente, quando sentir. E que mesmo que você tenha medo, você o esqueça e se jogue de cabeça no seu sentir.   Não faça como eu, porque talvez você não saiba, mas você foi a melhor coisa que eu já perdi.

sábado, 2 de setembro de 2017

I'm letting you go... May we met again.

    Nós somos duas almas livres que não podem ser domadas, só construímos um lar onde temos certeza que poderemos ir e voltar livremente.
 Somos nômades deixando marcas profundas por onde passamos, plantamos a semente do amor em cada coração e depois a deixamos brotar sozinha.
 Não gostamos da rotina, enjoamos fácil de tudo que acontece diariamente, vivemos esperando que cada dia traga uma nova surpresa.
 Somos cataventos que giram conforme lhes convém, não importa que seja a direção oposta ao vento.
O díficil não nos impede, só nos motiva. Sempre sabemos quando é hora de partir para uma nova aventura, ou um novo coração.
 Então, agora que deixamos nossas marcas uma na outra é hora de abrir asas e ir em direção ao próximo destino. Se bater saudade, é só visitar as lindas lembraças guardadas no coração. Além disso, como bem sabemos o mundo gira de forma engraçada, quem sabe em uma dessas voltas loucas da vida nossos planetas se alinham novamente. Só nos resta esperar e ver o que nos aguarda mais frente pelo caminho.
Sempre com o coração como meu guia, vou-me indo, mas antes lhe digo com toda certeza do mundo: que aconteça o que acontecer sempre haverá amor e carinho.

domingo, 20 de agosto de 2017

The Bold Type: a série Girl Power Super Empoderada que vocês precisam assistir

  

  Inspirada na vida de Joanna Coles, Ex-editora-chefe da revista Cosmopolitan,
a nova série do canal Freeform The Bold Type conta a história de três amiga que trabalham pra uma revista voltada para o público feminino, chamada Scarlet.


 Elas são Jane Sloan (Katie Stevens, Faking It) uma jovem e determinada escritora que foi recentemente promovida no trabalho e precisa lidar com todas a inseguranças vieram com seu novo cargo; Kat Edison (Aisha Dee, Chasing Life) a ousada e moderna diretora de mídia social da revista, que claramente não tem medo de falar o que realmente pensa e Sutton Brady (Meghann Fahy, Chicago Fire) uma sonhadora e persistente secretária que deseja trabalhar no editorial de moda da revista e que vive um romance com Richard Hunter (Sam Page) um membro do conselho diretor e advogado da Scarlet. 
A série tem uma vibe bem parecida com Sex and the City, podemos facilmente chamar a personagem de Katie Stevens de uma Jovem Carrie Bradshaw, pois em alguns aspectos as duas são bem parecidas. Porém quando conhemos Jacqueline Carlysle (Melora Hardin, Transparent) chefe das três e Editora-chefe da Scarlet surge uma vibe bem O Diabo Veste Prada, mas logo da pra perceber que Jacqueline é completamente diferente de Miranda Priestly. 

(Jacqueline melhor Chefe ❤️)

The Bold Type tem falado de temas que estão super em alta como empoderamento, sexualidade, o poder das mídias e câncer. O mais legal dela é a amizade das três protagonistas, elas transbordam uma química de irmandade na tela, bem aquela vibe Quatro Amigas & um Jeans Viajante, sabe?

"Espero que tenham aventuras, que se apaixonem, que tenham seus corações partidos. Espero que transem com as pessoas erradas, que transem com as pessoas certas. Que cometam erros e peçam desculpas, que saltem e que mergulhem. E espero que falem um monte para qualquer um que tentar segurá-los” 
Jacqueline Carlysle


Foi amor ao primeiro episódio e confesso que estou amando mais e mais essa série a cada episódio. (Como uma aspirante a escritora foi meio inevitável eu não me identificar com a série. Confesso que quero ser Jane Sloan quando crescer ;) haha ;P)

(Jane Sloan is my Spirit Animal ;))

To torcendo muito pra ser renovada. Ela vai ao ar toda terça-feira na TV americana e por enquanto ela tem sete episódios, e eu ainda não sei se alguma emissora brasileira comprou os direitos dela.
 Então, se você procura mais uma série feminista pra adicionar na grade, The Bold Type é a escolha perfeita pra você. ;)

#GirlsSupportGirls ;*

terça-feira, 15 de agosto de 2017

O Medo de Errar

  

  O medo de errar te impede de arriscar, e o medo de arriscar te impede de viver, impede que coisas boas entrarem nas nossas vidas, impede de sermos felizes. Porém esse medo é entendível, afinal, como podemos arriscar e apostar tudo o que temos sem saber se vamos acertar, se vamos ganhar? É um risco muito grande, mas nem sempre dá errado, às vezes dá muito certo, mas a única maneira de saber é tentando. 
 É como quando você se apaixona por alguém, mas não sabe se essa paixão é recíproca. Como saber se é? Arriscado e contando o que você sente. Entretanto, arriscar é mesmo um jogo muito perigoso, porque é viciante, uma vez que você arrisca, não consegue parar, é como ganhar um jogo de poker pela primeira vez, porque você vai parar se pode multiplicar o que você ganhou? Porque se contentar só com ganhar uma vez.
 Se quer um bom motivo para se arriscar todos os dias aqui vai um: quando você estiver morrendo, prefere ficar se perguntando "e se?" Ou prefere pensar "apesar de tudo, eu juro que vivi uma vida maravilhosa"?


 Acho que é melhor se arrepender de algo que você fez, do que se arrepender do que você não fez. É como aquela frase: "Nunca deixe o medo de errar impedir que você jogue."

domingo, 16 de julho de 2017

Resolvi parar de tentar me definir e deixei isso a cargo do tempo

  Há alguns anos atrás eu escrevi um texto para tentar responder a pergunta "Quem eu sou?"
  Eu lembro que eu comecei ele citando um trecho de Alice no País das Maravilhas... "Eu mal sei, sir neste exato momento... pelo menos sei quem eu era quando me levantei esta manhã, mas acho que já passei por várias mudanças desde então."(...)
  Essa era a citação. Eu lembro que sempre usava esse trecho pra definir quem eu era.  Obviamente eu não tinha a menor ideia de quem eu era na época; e isso era um sério problema pra mim. Provavelmente porque eu sempre pensei "que tipo de pessoa não sabe quem é?", "todo mundo sabe exatamente quem é!"
  E eu tinha certeza absoluta que quando ficasse mais velha saberia exatamente quem eu seria. Porém, alguns anos depois aqui estou eu mais velha e sábia, e confesso que ainda não sei a resposta dessa pergunta, e isso talvez seja uma surpresa pra você, caro leitor, mas eu me alegro muito por isso, hoje não saber quem eu sou não me incomoda nem um pouco.
  Não quero perder meu tempo de vida tentando me definir, tentando procurar respostas; prefiro ser definida pelos meus atos depois que morrer.
  Os que sabem quem são que me desculpem, mas sinceramente não tenho nenhuma pressa em descobrir quem sou. Acho que tenho que me perder muito antes de finalmente me encontrar. Eu realmente prefiro deixar os dias, os meses e os anos passarem e aprender mais e mais sobre mim mesma. Talvez assim quando o dia da minha morte chegar e eu chegar nos portões do Paraíso, ou seja lá o que houver no além túmulo, e quando finalmente me perguntarem eu saberei e responderei sem sombra de dúvidas.

terça-feira, 13 de junho de 2017

O amor não morre, se transforma

    O amor não morre se transforma. Aquele amor que você sentiu por aquela sua primeira namorada ou namorado continua com você, mesmo que você não perceba; ele só se transformou num tipo diferente de amor ou em outro sentimento, como carinho ou amizade.

 Quer um exemplo? Você namorou o João anos atrás, o término foi até que tranquilo, não houve traição nem nada do tipo, só aconteceu porque vocês queriam coisas diferentes. Depois do término você não o vê a mais ou menos ums cinco anos, até que um dia você está indo para faculdade e lá está ele, do outro lado da rua lindo como sempre; e no momento em que você colocou os olhos nele de novo seu coração dispara completamente; você começa a pensar "mas eu tenho certeza que esqueci ele. Por que isso está acontecendo?" E de fato, você esqueceu ele, porém quando você reencontrou ele todas as lembranças de cada momento que vocês passaram juntos fez seu coração acelerar e isso te traz uma mistura de nostalgia e carinho. Isso também é amor. Você não estar com alguém para amá-la, você pode até ter superado esse antigo amor, mas ele continua contigo; já faz parte da sua história, de quem você se tornou após sua partida.

 Cada amor que entra em nossas vidas começa uma fogueira, um incêndio e quando ele apaga, além das cinzas que te marcaram. também deixa uma faísca, uma fagulha que só precisa de um "empurrãozinho" para voltar a queimar; seja esse empurrãozinho um toque, um olhar, uma conversa, um reencontro ou um beijo; pode ser qualquer coisa. Entretanto o reacender dessa chama pode não ser o mesmo, o sentimento pode não ser o mesmo que era; sabe aquela frase "nada se perde, tudo se tranforma."? Pois é, o amor é exatamente assim, ele nunca perde, não totalmente.  

domingo, 4 de junho de 2017

Crítica: Mulher-Maravilha


  Quando entrei na sala de cinema para ver esse filme uma emoção tomou conta de mim, a razão disso eu explico: é que como mulher eu finalmente me senti representada nesse universo de Super Heróis.
 A personagem vivida por Gal Gadot continuou com o excelente trabalho mostrado, ainda que rápidamente, em Batman vs. Superman, porém em seu filme solo ela nos mostra um pouco de como se tornou essa mulher tão poderosa (em outras palavras como ela se tornou esse "MULHERÃO DA PORRA").
 O roteiro do filme explica a complexa história de Diana de modo simples, mas também fiel; de modo que agrada não só os leigos como também os fãs de HQs, o mesmo acontece com a história da criação das Amazonas (que foram criadas para restaurar o bem da humanidade). Além disso diferente de Batman vs. Superman o filme sabe equilibrar as cenas de história com as de ação, o que faz de seu roteiro bom, apesar de algumas falhas.
 A Diana Prince de Gadot consegue captar perfeitamente o tom ingênuo por não saber nada sobre o mundo do ínicio do século 20, Gal conseguiu em cena fazer sua experiência de 32 anos de vida parecer a de uma garotinha de 5 anos descobrindo quão cruel o mundo pode ser, um mundo que como sua própria mãe diz não é merecedor dela. No entanto não é só sobre o mundo humano que ela mostra sua ingenuidade, isso também aparece com a descoberta de seus poderes, que são esclarecidos a ela e para o público simuntaneamente.

 A relação de Diana com Steve Trevor (Chris Pine) é tão conflituosa quanto química, enquanto ele tenta fazer o papel do bom moço que não quer que a "donzela" se machuque ela mostra com sua teimosia e persistência que não é nem um pouco uma donzela em apuros, fato que ela prova diversas vezes. (Apesar dele persistir no erro de tentar protegê-la).
 As cenas de ação tem um recurso slow motion que destacam as habilidades de luta, (não só de Diana, como das amazonas também) ao envés de hiper sexualizá-las (destacando seus corpos)
 Mulher Maravilha chega as telonas 75 anos depois de sua criação, e prova que valeu a espera; um filme feminista sem levantar bandeiras (até porque sua protagonista claramente não vê diferenças entre os gêneros), ele não só é a salvação da DC Comics no cinema (que vem vivendo mais de erros do que de acertos), como também é o filme que o mundo precisava; um mundo que apesar de estar em meio a guerras, fome e desigualdade social e de gênero, ainda vale a pena ser salvo e que ainda tenta ser digno do amor de Diana e merecedor de sua maravilhosidade.

domingo, 7 de maio de 2017

Ode à Lua


  Lua, velha amiga quantas histórias já não compartilhamos?
Tua luz já me iluminou nas horas mais sombrias;
Gosto de sempre tirar um tempo do meu corrido dia a dia para te olhar, nem que sejam apenas 5 minutos, isso me traz uma paz que talvez anos de meditação jamais trariam;
Tua onipresença me acalenta, porque eu sei que não importa onde eu esteja, tu sempre vais estar lá e isso faz com que eu não me sinta tão ;
Tuas fendas assim como cicatrizes me mostram tua resiliência;
Te ver tão distante me faz querer te ter por perto, ás vezes sonho que vivo em ti assim como o Pequeno Príncipe no asteróide B-612, inclusive as pessoas constumam sempre dizer que eu vivo no teu mundo e confesso que isso me alegra;
Te observar sozinha em meio as estrelas me fez perceber como somos parecidas;
Te invejo por teres tantas constelações brilhando perto de ti; 
Teu brilho não me cega como o do sol, tú és tão gentil que quem vê teu brilho passa a enxergar além do que vê;
Porém talvez a melhor coisa sobre ti seja que tu une nações e quebra fronteiras, aos teus olhos somos todos sonhadores esperando que nunca pares de iluminar nossos sonhos.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Não Diga


  Não diga que quer me conhecer de verdade se depois de saber sobre todas as bagagens que eu carrego no peito você irá embora;
Não diga que gosta de mim se você não estiver disponível emocionalmente;
Não me diga palavras bonitas se você quer me conquistar apenas por uma noite;
Não me diga que vai ouvir meus desabafos se você realmente não estiver interessado em ouví-los;
Não diga que eu sou importante para você se só vai correr atrás de mim quando precisar;
Não me diga promessas que serão feitas da boca pra fora;
Não me diga que será meu companheiro se não vai me provar com atitudes;
Não me diga que sou fria se você não mostrará reciprocidade;
Não me diga que me quer se não me quiser todos os dias;
Não me diga que quer compartilhar suas alegrias comigo se não quiser compartilhar suas tristezas também;
Não me diga que teremos muitos momentos felizes se não estiver disposto a tentar proporcioná-los;
Não diga que me ama se não for o que realmente sente;
Não me diga que está sendo sincero se estiver apenas disfarçando mentiras; 
Não me diga nada além da pura verdade. É só isso que te peço.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Cause I've got a Stormheart


   Ultimamente eu tenho me encontrado num estado de inércia, de paz, uma estranha tranquilidade tem tomado conta da minha vida (não sei se de fato tem alguma coisa haver, mas entrei no meu paraíso astral recentemente e isso deve estar a ajudando.)
 Acho que posso dizer que estou no arco íris depois da chuva, ou melhor na calmaria que vem antes da tempestade. E por mais estranho e incrível que isso pareça eu não gosto nada disso, eu odeio essa inércia, odeio porque vivi nela a minha vida toda.
 Não me leve a mal, é bom ter que viver nela; principalmente porque eu não tenho a menor ideia do que pode vir depois dela. Será algo terrível ou algo maravilhoso?
 Eu sempre digo que gosto de estar preparada para o que vem a seguir, mas a verdade é que parte de mim gosta de ser surpreendida de não poder controlar tudo, de perder completamente o controle ás vezes.
 Porém por mais que eu ame a sensação de liberdade que essa inércia me dá, outra parte de mim mal pode esperar para a louca tempestade que está por vir.
 É loucura eu dizer isso, mas eu nasci do caos, eu fui forjada nele; e eu sei que a vida é feita de calmarias e tormentas, mas eu gosto de navegar com o mar agitado, adoro desafios, mar calmo nunca me agradou. Meus amigos costumam me chamar de "Stormheart", dizem que eu tenho um coração cheio de tempestades guardadas, formadas por tudo que eu sinto, e olha que não é pouco. Porque eu sinto e sinto muito, acho que mesmo se tentassem jamais conseguiriam inventar um instrumento para medir o tamanho da minha intensidade.
 Eu sei que essa calmaria não vai durar muito e que quando ela acabar eu vou sentir falta dela (isso até ela voltar como sempre faz) e que eu tenho que aprender a aceitar e a conviver com ela, porque a vida é assim mesmo. Um dia é a calmaria de um lindo dia ensolarado, no outro é o caos de uma forte chuva
Quando o assunto é vida não existem meios termos.

sábado, 18 de março de 2017

Crítica: A Bela e a Fera


   A Bela e a Fera é sem sombra de dúvida uma das maiores obras primas da Disney. Quando a versão Live Action da animação de 1991 foi confirmada a pergunta que surgiu na cabeça do público foi: Será que a nova versão conseguiria cativar tanto o público quanto a primeira?
Quando Emma Watson foi confirmada no Papel de Bela, as expectativas se tornaram altas, afinal a eterna interprete de Hermione Granger era até então a "Bela da Vida Real", mais tarde um elenco brilhante foi anunciado e com roteiro escrito por Stephen Chbosky (As Vantagens de Ser Invisível) e Evan Spiliotopoulos (O Caçador e a Rainha do Gelo) e a direção ficaria por conta de Bill Condon (Conhecido por Dreamgirls e pela Saga Crepúsculo: Amanhecer parte 1 & 2)
  Assim como Cinderela a versão Live Action da primeira animação a ser Indicada ao Oscar de Melhor Filme foi recriada fielmente; os cenários estão divinos, assim como os figurinos; a trilha sonora foi lindamente repetida pela dupla Alan Menken & Howard Ashman (que também foram responsáveis pela trilha sonora da animação) porém com alguns pequenos ajustes.
  Emma Watson realmente fez jus ao título de "Bela da Realidade", ela conseguiu captar completamente a personalidade marcante e encantadora da personagem; Emma ainda acrescentou um certo toque feminista e inovador a ela. Com exceção de uma cena especifica onde Watson parece meio perdida e sem imaginação, sua atuação está bem simples e boa, apesar de se encaixar perfeitamente no papel, Emma não foi nada excepcional, nada além do seu habitual.
A Fera de Dan Stevens também não foi nada de extraordinário, apesar de ser mais compreendida por alguns novos elementos da história inseridos no roteiro, seu personagem deixou o ator irreconhecível pela imensa quantidade de CGI que lhe foi inserida; fato que talvez tenha desfavorecido o ator e o filme. Assim como a Fera puramente de CGI de Stevens os empregados/objetos do palácio também sofreram com a exagero de CGI; exagero que só é esquecido pela personalidade cativante que os Dubladores deram aos personagens.
 Talvez o maior ladrão de cena do filme seja o LeFou de Josh Gad; a versão de Gad, que causou polêmica por ter acrescentado um toque de "Gay Enrustido" a personalidade do personagem, da o tom cômico do filme; juntamente com ele esta o Gaston de Luke Evans que "copiou" bem a personalidade de Macho Alfa do personagem; Evans também deu um show cantando, a cena da música Gaston acabou sendo sem dúvida a melhor performance do filme; título que deveria pertencer a À Vontade (Be Our Guest) que apesar de ter a linda voz de Ewan McGregor foi desvalorizada pelo CGI. 
 O filme realmente é o que prometeu ser, uma versão com atores reais do clássico de 1991, com algumas novidades que incrementam a história do casal protagonista. 
 Um filme pura nostalgia de uma história velha com o tempo (como diz a música própria "Tale as Old as Time...") que vai te fazer voltar a ser criança e acreditar em Contos de Fadas. 

sábado, 4 de março de 2017

Crítica: Logan



   Se o propósito de Logan era encerrar a história do Wolverine nos cinemas ele fez isso formidavelmente. O filme que encerra a história de Hugh Jackman como o Herói das Garras de Adamantium chegou ao cinemas na última quinta-feira e foi uma linda carta de despedida ao personagem. 
 Se a FOX quis revolucionar com o filme do Mercenário Tagarela, com Logan ela da continuidade a "revolução", repetindo as cenas violentas de luta que justificam a classificação etária do filme. 
 Logan nos mostra um lado do Wolverine nunca mostrado antes, diferente dos outros filmes que nos dava um X-Men rebelde e lutador, o filme nos dá um Logan vulnerável e debilitado, o Ex X-Men agora trabalha como chofer para cuidar de um Professor Xavier ainda mais velho e debilitado. Logan não está só vulnerável fisicamente como também psicologicamente, parece que o fato dele ser um dos últimos mutantes restantes se tornou um fardo um pouco pesado para seus ombros já cansados das bagagens que ele carrega. Eis que surge outro problema para ele resolver, mais uma bagagem para ele carregar: Laura Kinney, a X-23. Ele é procurado pela Mexicana Gabriela que pede sua ajuda para salvar Laura dos homens que a caçam. Ao mesmo tempo em que ele se recusa a voltar a ativa ele também se vê obrigado a ajudá-la pela insistência de Xavier que persiste em lembrá-lo que a menina é como ele e de certa forma é sua filha. 
 Logan nos da uma pitada de tudo: de drama, de comédia e de ação. Hugh Jackman comove com seu Velho Logan, assim como Patrick Stewart também; porém quem rouba a cena com sua X-23 é Dafne Keen, para quem é já conhece a personagem vai concordar que é impossível não lembra dela no desenho X-Men: Evolution; Keen definitivamente faz jus a personagem. 
 Se foi a última vez que vimos Hugh Jackman na pele do Wolverine digo sem dúvidas que ele se foi dignamente, o filme traz tudo aquilo que os fãs mais queriam. Falando como fã se eu pudesse mudar apenas uma coisa no filme eu colocaria uma referência ao uniforme de Wolverine, pois apesar de saber que provavelmente nunca veremos Hugh Jackman com o clássico uniforme de seu personagem, seria interessante ao menos mencioná-lo. 
 Com o Velho Logan e a pequena porém poderosa Laura, podemos dizer que Logan é um fim de uma era, de um ciclo, mas também o começo de outro.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Um Amor chamado Cinema


   Tenho me questionado como e quando meu amor, minha paixão pelo cinema surgiu e para ser franca eu não tenho a menor ideia. Para falar a verdade eu nem lembro qual foi o primeiro filme que eu vi no cinema, embora eu tenha a impressão que pode ter sido Tarzan, mas não sei ao certo. 
 Confesso que isso provavelmente começou por causa de todos os filmes que eu tenho visto essa semana, eles me fizeram acreditar que talvez eu tenha achado a resposta para essa pergunta. Afinal, o que faz as pessoas se apaixonarem pelo cinema?
Como todo amor ele provavelmente começa do nada, mas alguns carregam isso no sangue, na história. O fato é que sempre tem um filme onde dizemos "E foi assim que esse amor surgiu..." mas qual? E o por que disso? O que aquela história tinha que te cativou e comoveu tanto? 
Quer um exemplo? Sempre que me perguntam qual o filme da minha vida, qual o filme que eu queria que fosse a história da minha vida, sabe qual eu respondo? Forrest Gump. Por que? Além do fato do Tom Hanks estar maravilhoso nele, além de eu amar toda a inocência e simplicidade do Forrest. Pela história, e se tem uma coisa que esse filme tem é historia; o Forrest conheceu Elvis Presley, John Lennon, John F. Kennedy e ainda atravessou um estado correndo; Forrest Gump é a definição do que significa viver intensamente. 
 Eu sempre costumo dizer que o cinema é minha religião, ele é sagrado pra mim. É lá que eu coloco minha fé, é lá que ela é testada; é nele que eu acredito, é ele que abre cada parte da minha mente e a expande completamente. 
 O cinema é onde os excluídos brilham, é onde as histórias dos exilados e dos losers são contadas. É a arte de maravilhar, de eternizar; é comover, é fazer mágica e fazer com que as pessoas acreditem em magia.
 Quando o nome de Grace Kelly é dito as pessoas se lembram da Grace, Princesa de Mônaco ou da Grace, Musa de Hitchcook? Ou quando Orson Wells é mencionado as pessoas se lembram dele como o rígido e chato cineasta ou como o gênio diretor que tornou Cidadão Kane a obra-prima que é? Ou quando pensam em Elizabeth Taylor se lembram do seu gosto super refinado, das inúmeras vezes que ela se casou ou em como ela estava magnífica em Cleópatra e A Megera Domada? E Bette Davis ela é lembrada por ter sido uma das maiores bitches que Hollywood já teve ou por suas divinas atuações em A Malvada e O Que Terá Acontecido a Baby Jane? 
Essas e diversas outras pessoas foram eternizadas pelo cinema. 
 Então, são por histórias como a de Desmond T. Doss; de Catherine Johnson, Dorothy Vaughn e Mary Jackson; de Alan Turing; Louise Banks; Mia & Sebastian; Dorothy Gale; Scarlett O'Hara; Alexander Supertramp; Alan Ralston e Cheryl Strayed que eu amo o cinema. Pelas Histórias nunca contadas e pelas histórias que enchem meu coração de sonhos, felicidade, inspiração e imaginação. 

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

A Insônia que a tua falta me causou...

  
  Nas últimas noites a insônia tem sido minha maior companhia, minhas noites que antes eram inundadas por inspiração e solidão agora tem também a insônia como companheira; diferente de mim que continuo solitária.
 Tenho convivido com um buraco enorme no peito, uma saudade que não tem nome (quer dizer tem sim, o teu) desde que vi aqueles olhos castanhos me olhando pela última vez e te deixei ir. 
 Preciso dizer que não me arrependo disso, você assim como eu é pássaro solto que ama voar; e eu te amo demais para te engaiolar, prefiro continuar te amando enquanto te vejo voar livre e feliz; mesmo que estejas construindo ninhos em outros galhos. Não, realmente não me arrependo, mas não posso negar que tua presença me faz muita falta; vivo todos os dias pensando, imaginando o que poderia ter sido; é tão triste dizer que a nossa história acabou antes mesmo de começar.
 Imagine, só por um instante o que poderia ter sido: eu e você andando de mãos dadas pelas ruas como um verdadeiro casal clichê, não dando a mínima para o que os outros vão pensar; fazemos um piquenique no parque, você deita a cabeça no meu colo e eu começo a fazer carinho, você diz que adora e que isso quase te faz dormir; voltamos para casa e na hora da despedida nossos olhares se cruzam, damos as mãos, aproximamos nossos rostos um do outro, você me puxa pela cintura, me coloca contra a parede e me beija. BOOM! É como fogos de artifício. Quando menos percebo me acendo de uma forma que só você foi capaz de acender. 
 Deus, como sinto falta disso! dos seus beijos que me faziam ver estrelas, da sua boca no meu pescoço, das suas mordidinhas, das suas mãos nas minhas costas e na minha cintura, do seu toque, do seu cheiro.
 Parece loucura, mas acho que minha cama sente sua falta também; ela ficou mais fria sem você e tem um grande vazio, um buraco enorme que você deixou com o seu formato que só não e maior que o que você deixou no meu coração. 

 Eu já não dormia antes de te conhecer, quer dizer até dormia lá pelas duas ou três da madrugada, mas ainda assim dormia pelo menos um pouco; hoje não durmo mais, fico acordada até às cinco ou seis horas da manhã com a cabeça maquinando sem parar, só pensando em você, em nós; enquanto penso meu coração dispara, "tropeça quase para" como diria Tiago Iorc, meus olhos se enchem de lágrimas e eu choro até cair no sono; depois de um tempo acordo percebo que tu não estás ao meu lado e não consigo mais dormir, a insônia vem de novo, essa é a insônia que tua falta me causou.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

A Felicidade Não Me Inspira a Escrever


  Sabe aquela história "corações felizes não escrevem boas canções"
Pois é, estou começando a acreditar que é a mais pura verdade. Veja bem, eu me encontro em uma situação em que estou muito bem comigo mesma; abracei minha solidão e a maravilhosa liberdade que ela me deu e estou aproveitando meu paraíso astral, acho que posso dizer que estou bem feliz neste momento atual da minha vida. 
 E acho que esse é o problema. Não que a felicidade seja um problema, é só que desde que essa estranha felicidade me invadiu eu não tenho tido inspiração para escrever, escrever sobre qualquer coisa. Acho que minha fonte de inspiração deve estar ligada diretamente ao meu coração de alguma forma, porque desde que ele se remendou da última vez que foi partido que eu não consigo escrever. 
 Talvez eu literalmente tenha um coração de escritora; um coração que precisa de um motivo que o faça bater mais forte, uma "musa" que lhe de inspiração para escrever. 
 De qualquer forma eu vou me acostumar com essa estranha felicidade e curti-la enquanto ela dura, afinal, felicidade assim a gente não consegue todos os dias. Além disso, se dizem que energia positiva atrai mais energia positiva então talvez felicidade atraia mais felicidade; quem sabe ela não atraia muita gente feliz para minha vida.
 A vida é uma porção de loucuras aleatórias, quem sabe para onde ela vai nos levar e quem iremos encontrar no caminho, de fato aposto que num outro dia desses quando eu menos esperar, eu vou pegar a caneta e vou voltar a escrever.
 É só uma questão de tempo e de não pressionar a inspiração. 

sábado, 14 de janeiro de 2017

Crítica: La La Land - Cantando Estações


  La La Land - Cantando Estações, o grande vencedor do Globo de Ouro conta a história da aspirante a atriz Mia (Emma Stone) e do pianista de jazz Sebastian (Ryan Gosling). Enquanto ela se mudou para Los Angeles para tentar ser atriz que entre um teste e outro acabou trabalhando como barista num café perto dos estúdios da Warner, já ele foi para Los Angeles com o sonho de abrir seu próprio Clube de Jazz e assim salvar o Jazz. Os dois sonhadores se conhecem e acabam se apaixonando. Até aqui essa parece uma história super clichê como tantas outras que diversos filmes já mostraram certo? Porém essa história nunca havia sido contada de forma musical e nem sido escrita/ dirigida por Damien Chazelle (e muito menos foi estrelada por Emma Stone & Ryan Gosling)

 

 O filme nos mostra o lado persistente dos sonhadores que nunca desistem dos seus sonhos, mas que também tem seus momentos "Quero jogar tudo pro alto e abandonar tudo isso."
 La La Land usa pura nostalgia para emocionar nos lembrando da era de outro de Hollywood onde os musicais como Cantando na Chuva, Cinderela em Paris (Funny Face), Sinfonia de Paris e O Mágico de Oz eram os queridinhos do público. Tudo no filme te faz lembrar os musicais clássicos estrelados por Gene Kelly, Judy Garland, Fred Astaire e Ginger Rogers. Apesar de se passar no nosso tempo a maioria das coisas nele te faz lembrar dessa época; seja sua trilha sonora com puro Jazz, seus figurinos e cenários, sua fotografia com uma diversa paleta de cores e até o modo como seus personagens se conhecem (completamente aleatoriamente, se odiando no começo e se apaixonando aos poucos). Você só consegue perceber que ele se passa na atualidade por causa de alguns elementos modernos (como os carros e os celulares)
 O roteiro e as atuações de Emma & Ryan emocionam te colocando no lugar do personagem, ele desperta a criança sonhadora que vive em cada um de nós; você sente a decepção junto com a Mia quando ela não recebe uma ligação chamando ela pra um segundo teste (te faz lembrar todos os "nãos" que você já levou na vida). 
 Emma Stone fez sua obra-prima, mostrando que seu preparo fazendo Cabaret na Broadway valeu o risco de estrelar um filme musical, sua Mia encanta com seu jeito doce, sua voz fofa e seu delicioso jeito de dançar. Ao lado dela temos Ryan Gosling ele nos cativa com seu charmoso Sebastian e é ousado não só tocando piano, mas também cantando e dançando (confesso que não dá muito para compará-lo com os Grandes Fred Astaire & Gene Kelly, mas ele surpreende e dá até para chamá-lo de aprendiz de Astaire) os dois estrelam seu terceiro filme junto e transbordam química durante todo o filme.


 Diferentes de musicais como Os Miseráveis, Chicago & O Fantasma da Ópera que por serem originados da Broadway são mais cantados do que falados, La La Land tem músicas originais que não necessariamente contam a história, mas sim os sentimentos dos personagens. 
 La La Land é uma homenagem a Hollywood, uma declaração exagerada de amor à Los Angeles e aos musicais; um filme que os amantes de musicais irão amar e que comoverá aqueles que não são tão fãs.
 Como a própria Emma Stone disse em seu discurso ao vencer o prêmio por melhor atriz em comédia ou musical no Globo de Ouro "Esse filme é para os sonhadores, esse filme é sobre esperança e criatividade, as duas coisas mais importantes do mundo." 
Nota Geral: 10

"Here's to the ones who dream
Foolish as they may seem
Here's to the hearts that ache
Here's to the mess we make." 
🎶