quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Queridos 22, Sejam Muitíssimos Bem Vindos!

🎶 I don't know about you, but I'm feeling 22... 🎶

    A nostalgia dos últimos dias me fez sentar na frente desse notebook e decidir não sair até colocar todos os sentimentos para fora. Então, cuidado porque aqui vão eles...
Já passou da meia noite, já é quarta-feira, o que quer dizer que é oficial: Estou com 22 anos, e pensar nisso tem me deixado de cabelos brancos.
 Eu li diversos textos falando sobre a tão temida "crise dos 20" e cheguei a simples conclusão que eu estou nela desde que completei duas décadas de vida e que não faço a menor ideia de quando irei sair dela. Provavelmente porque na maioria das vezes eu paro e penso "o que diabos eu estou fazendo da minha vida?" apesar que eu devo confessar que sempre que chega nessa época do ano essa pergunta martela com mais frequência no meu cérebro.
 Eu nunca fui uma pessoa que resolve grandes questões com facilidade, aliás muito pelo contrário, sempre fui daquelas que faz "Uni-Duni-Tê" até pra escolher o que comer na fila da cantina;  mas enfim apesar disso eu sempre fui de fazer muitos e muitos planos (como a boa virginiana que sou) e preciso dizer que nenhum desses planos deu muito certo. Se aos meus 12, 16 ou 18 anos alguém do futuro me dissesse que a minha vida seria exatamente do jeito que é hoje eu provavelmente mandaria o coitado pro hospício, ninguém me faria acreditar que a minha vida seria assim nem mesmo se eu mesma visitasse minha eu do passado e lhe contasse tudo pessoalmente; isso porque a minha ideia de como era ter 22 anos aos 12 era completamente limitada e diferente.
 Aos 12 anos eu pensava que quando tivesse 22 eu estaria na faculdade de veterinária, trabalhando com sei lá o que, morando com meu futuro marido e com 2 cachorros; aos 16 eu pensava que com 22 eu também estaria na faculdade de veterinária, trabalhando, com duas tatuagens, carta de motorista, carro na garagem e morando com meu namorado; aos 18 a realidade bateu um pouco na porta; eu ainda pensava que estaria na faculdade de veterinária, e ainda pensava que estaria trabalhando e namorando. Pois então os 22 chegaram e a realidade é essa: Eu realmente estou fazendo faculdade, mas larguei veterinária por jornalismo (demorei pra entender isso, mas finalmente caiu a ficha que sou uma pessoa de humanas e não de biológicas); eu ainda moro com a minha mãe, não trabalho, me tornei deísta, tenho um piercing transversal na orelha, californianas rosas, continuo solteira e a única coisa que se concretizou da minha fantasia de 12 anos é que eu tenho 2 cachorros (mas se me dissessem que eu também teria 4 gatos eu duvidaria. Sempre fui uma pessoa mais de cachorros do que de gatos, e hoje eu amo os dois)
 Sem dúvida a preciosa lição que eu aprendi com essa história é que a vida é mesmo uma caixinha de surpresas, não é meus amigos?, que nada acontece como a gente acha que vai acontecer; e quer saber eu agradeço muito por isso, porque através de todas as coisas não planejadas que a minha louca vida me trouxe ela me trouxe também experiências maravilhosas, momentos inesquecíveis e pessoas espetaculares que me ensinaram tanto.  
 Outro sintoma que essa crise tem me dado é a sensação que eu vivi tão pouco em tão tanto tempo, sabe aquela sensação que você não está aproveitando o máximo da sua vida? Pois é essa sensação sempre invade o meu peito (Principalmente quando chega a sexta-feira ou sábado á noite e eu prefiro ficar enrolada no meu cobertor com um bom livro ou a netflix do que ir pra balada) é que sei lá, eu conheço gente tão mais nova que eu que parece tão mais experiente, que viveu tanta coisa que eu ainda não vivi (e que nem sei quando ou, se ao menos ainda viverei algum dia) ás vezes eu acho que é só paranoia da minha cabeça, mas sei lá porque eu não consigo esquecer isso, ás vezes eu fico pensando "poxa eu sou jovem ainda, eu deveria sair mais pra beber, mais pra balada; pra sei lá dançar, conhecer gente nova" mas acho que os 22 trouxeram também a comodidade, trouxeram a certeza que eu estou bem melhor onde estou do que em algum lugar que com toda certeza só saciaria a minha curiosidade, depois não me serviria de nada.  
 Quanto mais velhos ficamos mais insistimos em nos cobrar, provavelmente porque a sociedade e a família nunca para de nos cobrar, sempre tem alguém que solta um "nossa mas já vai fazer 22 anos e ainda não trabalha, ah mas seu primo tem 16 e já trabalha!" essas coisas tem que entrar por um ouvido e sair pelo outro. Ninguém é igual ao ninguém, é importante a gente procurar sempre dar o seu melhor, mas sem pegar completamente pesado sabe? sem se cobrar demais por coisas que na maioria das vezes não podemos controlar.
 Só pra concluir esse desabafo disfarçado de texto... Todo ano quando essa dia chega eu prometo diversas coisas, mas quer saber? esse ano eu vou fazer diferente. Vou fazer igual eu fiz nesse ano novo: não vou prometer nada e vou deixar a vida me surpreender, sabe aquela frase "não crie expectativas porque elas criam ilusões" pois é, ao invés de criar essas duas como sempre vou deixar que aconteça o que tiver que acontecer. Vou parar de me preocupar com o fato que eu estou ficando mais velha e aproveitar mais cada ano que chegar, vou parar de me martirizar por todas as coisa que eu nunca fiz e vou começar a fazê-las, vou parar de dar importância para o que as pessoas pensam e vou ser feliz; vou parar de tentar mudar pra  me encaixar em um só grupinho ; vou continuar tentando me socializar com todos; vou parar de ser covarde e vou me arriscar mais (principalmente quando o assunto for amor); vou começar a aceitar de bom grado cada oportunidade e topar as novas aventuras que chegarem.
 Não sei bem ao certo que surpresas os 22 anos me trarão, mas se tem uma coisa que essas poucas experiências me ensinaram é que a vida sempre pode nos surpreender se nós  continuarmos acreditando nela e apenas vive-lá, e tenho plena certeza que o melhor ainda esta por vir.
Então, Sejam Bem-vindos 22 anos! Mal posso esperar para ver o que vocês me reservaram. 

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