O musical Waitress conta a história de Jenna Hunterson uma Garçonete que acha que todos seus problemas podem ser resolvidos com uma torta. Seu maior sonho é abrir um restaurante de Tortas, onde ela poderá criar todas as tortas que sua fértil imaginação quiser. Só tem um pequeno problema: uma gravidez indesejada de seu marido idiota e abusivo.
Baseado no filme de 2007, dirigido/escrito por Adrienne Shelley e estrelado por Keri Russell (conhecida por Felicity e The Americans)
O musical escrito por Jessie Nelson (Conhecida pelo roteiro e direção de Corina – Uma Babá Perfeita filme de 1994 estrelado por Whoopi Goldberg, Tina Majorino e Ray Liotta) tem como autora das músicas a cantora Sara Bareilles e dirigido por Diana Paulus (vencedora do Tony de 2013 pelo Revival de Pippin).
A história de Jenna nos envolve e diverte pelo modo como ela lida com seu dilema. Tudo que ela não precisava no atual momento de sua vida era uma gravidez, não só por estar em um relacionamento abusivo com um homem que ela não ama, mas também por esse fato a distanciar ainda mais de seu sonho. No meio dessa encruzilhada ela ainda começa a ter um caso com seu novo ginecologista casado. Pega no que parece ser um beco sem saída, ela encontra uma luz quando descobre um concurso de Tortas cuja o prêmio lhe daria dinheiro suficiente para comprar seu restaurante. Para ela fazer as tortas são seu ponto de fuga da realidade. É hilário vê-la divagando pensando nos ingredientes das tortas e dando nomes excêntricos como “Torta Meu Marido vai me Matar porque estou tendo um caso”.
Apesar do musical ter um clima bem leve e descontraído; na maior parte do tempo falando sobre amor, maternidade, trabalho e feminismo ele também toca na ferida ao falar de assuntos mais difíceis como violência doméstica.
Talvez o que mais encante na história de Waitress, seja o fato do público ser tão cativado pela personagem que em momento algum julga suas atitudes. Você se envolve tanto com a história dela, que acaba criando uma certa empatia e acaba torcendo para que no fim tudo dê certo para Jenna e seu bebê.
As músicas de Sara Bareilles complementam a história de forma tão natural e dinâmica que se não fosse pelo filme, seria praticamente impossível dizer que não se tratava de um musical original desde início.
O público se pega pensando na rejeição quando ouvimos Dawn cantar When He Sees Me, concordamos com Jenna e o Dr. Pomatter ao ouví-los cantar em como seu relacionamento é uma Bad Ideia do mesmo jeito que torcemos para que tudo dê certo entre eles quando ouvimos You Matter to Me, nos pegamos pensando na vida quando ouvimos o Velho Joe cantando o refrão de Take it From na Old Man e caímos em lágrimas ao ouvir o lamento de Jenna em She Used to Be Me.
Curiosidades :
Sara Bareilles disse que a canção She Used to Be Mine foi a primeira que ela escreveu para o musical. “Foi a primeira música que apareceu na minha psique, e se tornou meu portal para o mundo de Waitress.” disse a compositora.
A própria Sara chegou a dar vida a Jenna nos palcos, não só da Broadway, mas também em West End. Em algumas vezes inclusive ela chegou a contracenar com o cantor Jason Mraz no papel do Dr. Pomatter. (Ela também chegou a regravar com Jason as músicas Bad Idea e You Matter to Me para seu álbum What’s Inside: Songs From Waitress).
Além de Sara as cantoras Katherine McPhee e Jordin Sparks também chegaram a interpretar Jenna nos palcos. (McPhee inclusive também chegou a interpretá-la em West End, até o encerramento das apresentações devido ao Covid-19).
Em agosto de 2019, Bareilles lançou o álbum What’s Not Inside: The Lost Songs From Waitress (Outtakes and Demos Recorded for the Broadway Musical) com músicas que originalmente entrariam no musical, mas acabaram não entrando. (Uma delas seria um solo do Dr. Pomatter chamada Without a Believer que foi gravada para o álbum por Jeremy Jordan, que também interpretou o médico na Produção da Broadway).
(Jessie Muller cantando She Used to Be Mine em apresentação feita para a mídia.)
